A colheita de milho safrinha deve ganhar ritmo neste final de mês, e os primeiros lotes podem pressionar o já fraco mercado doméstico. No Centro-Oeste, região que colhe a maior parte do cereal de inverno produzida no País, fica cada vez mais difícil para produtores receber remuneração acima do mínimo de garantia do governo. Ainda assim, as conversas sobre apoio ao escoamento da safra são preliminares e a comercialização se arrasta.
Fontes afirmam que há alguma mobilização do setor produtivo para que o governo intervenha no mercado, a exemplo do que ocorreu na safra anterior, quando o País colheu safrinha recorde de 46,928 milhões de toneladas. No final de junho do ano passado, vale lembrar, o ministério da Agricultura já havia comunicado quais instrumentos seriam utilizados para garantir remuneração mínima ao produtor, o que ainda não ocorreu para esta temporada. A produção está estimada em cerca de 43 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Depende de portaria interministerial, mas se fala em apoio para agosto ou setembro", afirmou um agente do mercado.
Em Mato Grosso do Sul, o milho spot ainda tem comprador a R$ 19/saca na região de Dourados. Já em São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul, as indicações oscilam de R$ 17/saca a, no máximo, R$ 18/saca para lotes pequenos. Para embarque a partir de julho, quando a colheita da segunda safra avançar, compradores mostram no máximo R$ 17/saca em Dourados, afirmou corretor da região. O preço mínimo de garantia do governo para o Estado é de R$ 17,56/saca.
Em Nova Mutum, no centro-sul de Mato Grosso, as propostas de compra abaixo do mínimo de R$ 13,56/saca, na faixa de R$ 13,20/saca, afastam produtores, que desejavam R$ 15/saca. Há cerca de 15 dias, chegaram a rodar negócios a R$ 14/saca com cerca de 600 toneladas na região. Segundo corretor local, a colheita deve se intensificar a partir do dia 25, com mais oferta entrando no mercado e uma pressão ainda maior sobre os preços. Agentes relatam que os lotes que estão sendo retirados das plantações têm tido rendimentos mais baixos do que os da safrinha passada, devido aos atrasos na época do plantio e aos ataques de pragas durante o desenvolvimento.
No norte do Paraná, comprador mostra entre R$ 22,50/saca a R$ 23/saca para milho disponível. Vendedor, de outro lado, pede pelo menos R$ 23,50/saca. "Dependendo da logística, roda. Mas não volumes grandes", afirmou corretor da região. Como as granjas estão compradas na safrinha, buscam apenas lotes pontuais, à espera do embarque da safra nova. Para novos acordos com safrinha, compradores mostram R$ 22/saca no CIF, sem interesse de venda.
O indicador Cepea/Esalq/BM&F fechou a sexta-feira a R$ 25,90/saca, em queda de 0,12%. Em dólar, o preço ficou em US$ 11,61/saca (-0,17%). O dólar fechou a R$ 2,2310 (+0,04%).
Fonte: commcor.com.br