Na tentativa de driblar os desafios que têm enfrentado há mais de um ano, produtores americanos se reuniram em um grupo anti-tarifário e enviaram uma carta ao secretário do Tesouro Nacional dos EUA, Steve Mnunchin, pedindo que o governo do país reembolse o povo americano por suas perdas desde o início da guerra comercial e imposição de tarifas sobre parceiros comerciais.
A informação pate da agência chinesa de notícias Xinhua, e dá conta ainda de que esta carta teria sido enviada ao secretário na última segunda-feira, 15/04.
O grupo - chamado Farmers for Free Trade (Produtores pelo Livre Comércio) lidera uma campanha nacional conhecida como Tariffs Hurt The Heartland (tarifas agridem a terra) e tem como lema "lembrar o governo de que essas taxações são impostos pagos pelos americanos".
Há quase 14 meses, China e Estados Unidos - as duas maiores economias do mundo - travam uma das mais longas e severas guerras comerciais da história recente e já causam prejuízos bilionários para muitos setores em ambos os países. O agropecuário é um dos que mais sofre e os produtores norte-americanos amargam - também por outros fatores - uma de suas piores crises financeiras desde os anos 1980.
"A ideia de que a China, ou qualquer outro país, esteja pagando essa conta foi refutada por todos os especialistas em comércio, tarifa e política econômica", diz a carta enviada a Mnunchin. Além do mais, a campanha afirma ainda que cerca de US$ 69 bilhões foram pagos em tarifas desde 2018 pelos EUA, o que significa cerca de US$ 500,00 por família.
Desde o início do conflito, os preços da soja na Bolsa de Chicago já recuaram mais de 20% e a movimentação alimenta preocupações no setor em todos os estados produtores norte-americanos. Brooks Hurts, presidente da Missouri Soybean Association, explica que cada 10 cents a menos nos preços da oleaginosa se tornam em uma perda econômica de US$ 36 milhões somente em seu estado. Uma baixa de US$ 2,00 significaria uma perda nos lucros de US$ 212 milhões e US$ 21 milhões em taxas não coletadas no estado.
"Quando se observa a área rural do Missouri se vê muitos em pequenas cidades que estão na atividade agrícola. Na medida em o lucro agrícola vai diminuindo cada vez mais, são menos dólares chegando ao estado", lamenta o vice-presidente da maior financeira do estado, Jeff Houts, em entrevista ao News-Press Now.
Os subsídios oferecidos pelo governo americano recentemente foram muito bem recebidos pelos produtores, no entanto, seus impactos não foram homogêneo em todo os EUA produtor. No próprio estado do Missouri, as regiões mais a noroeste que tiveram perdas por conta da seca do ano passado sentiram ser insuficiente essa ajuda.
E para este ano, a ajuda ainda não é uma certeza. Há alguns meses, inclusive, Donald Trump teria anunciado que não seria possível continuar com os pagamentos e que o orçamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) poderia ser reduzido.
No ano comercial 2018/19 até fevereiro, é possível observar, de acordo com números reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que os americanos exportaram 3,941 milhões de toneladas de soja para China, 85% do que no mesmo período da temporada anterior. Ainda assim, a nação asiática continua sendo o principal destino da oleaginosa americana. O segundo maior comprador foi o México, com 2,515 milhões.
Fonte: Notíciasagricolas.com.br