A suspensão temporária do imposto de importação para o complexo soja (grão, farelo e óleo) e milho pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) deve ter “impacto muito pequeno” sobre os preços dos produtos e o custo dos compradores, na avaliação do gerente de Desenvolvimento Técnico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Flávio Turra.
Ele argumenta que o consumo internacional de grãos aumentou neste ano, reduzindo estoques de países produtores. Além disso, o produto dos Estados Unidos, com maior potencial para abastecer a indústria consumidora brasileira, ainda chegaria ao Brasil mais caro do que a soja ou o milho nacional, segundo Turra.
“No mundo todo houve um aumento significativo do consumo de alimentos, e onde tinha oferta (de grãos e derivados), ela foi consumida e os estoques ficaram escassos”, explica o gerente da Ocepar. Já é possível trazer soja e milho da Argentina e do Paraguai sem imposto (por fazerem parte do Mercosul), mas fora isso o principal fornecedor seriam os Estados Unidos, e não é viável trazer de lá por preço inferior ao nosso, de jeito nenhum”, afirmou.
De acordo com Turra, hoje uma saca de soja norte-americana chegaria no interior do Paraná por cerca de R$ 175. Na última sexta-feira, 16, o valor máximo oferecido por compradores era R$ 160, no mercado spot. “Por causa da taxa de câmbio atual (o dólar valorizado implica maior valor em reais para comprar produtos importados), tanto soja, milho ou farelo de soja trazidos de fora ficam mais caros que no mercado interno. Produtor não ficou muito preocupado, não vemos grandes impactos”, comentou.
Fonte:DinheiroRural.com.br