São Paulo, 03/04/2014 - Os preços do milho voltaram a encontrar suporte na demanda e tendem a se estabilizar nas principais praças produtoras no curto prazo. Granjas seguem optando por contratar lotes que atendem à necessidade de consumo imediato, mas enfrentam resistência de produtores, que limitam a oferta e mantêm os preços acima das indicações de compra. Para safrinha, vendedores negociam volumes pequenos ainda na esperança de melhor remuneração mais à frente.
Em Primavera do Leste (MT), foram negociadas nesta quarta-feira mil toneladas a R$ 19/saca, para entrega em julho e pagamento em agosto. Na terça-feira, outras 2 mil toneladas foram arrematadas nas mesmas condições, conforme o corretor Valdinei Chaves, da Focus. No disponível, não foram reportados negócios: vendedores pediam entre R$ 22/saca e R$ 22,50/saca, enquanto o comprador se dispunha a pagar entre R$ 21/saca a R$ 21,50/saca.
Em Guarapuava (PR), compradores sinalizavam R$ 26,50/saca para retirada imediata e pagamento em 30 dias, mas o produtor queria receber R$ 28/saca, contou Beto Xavier, da BetoAgro. De acordo com ele, não foram registrados negócios ontem. Na terça-feira, contudo, 3 mil toneladas rodaram a R$ 26,50/saca para mercado interno com pagamento em 30 a 45 dias. Segundo o corretor, 80% das lavouras da região tiveram milho retirado e a produtividade varia de 180 a 210 sacas por hectare. Apesar da oferta de safra nova, Xavier espera preços firmes para o cereal. "Acredito que na segunda quinzena de abril já teremos novidades. Como o produtor está segurando o milho quem comprar vai ter que pagar mais pelo produto", disse. No Porto de Paranaguá, compradores indicavam R$ 27/saca para embarque imediato, menos que os R$ 31/saca a R$ 32/saca desejados pelo vendedor.
Em São Paulo, lotes entre 600 e mil toneladas foram negociados a R$ 29/saca a retirar, contou um corretor de Campinas. Compradores pagavam entre R$ 31,50/saca e R$ 32,50/saca CIF. Segundo Beto Xavier, a pressão de colheita da safra verão já está perdendo força, e participantes não esperam novas retração nas cotações. Para a safrinha, havia chance de negócio a R$ 31,50/saca no Porto de Santos, abaixo dos R$ 32,50/saca indicados há duas semanas, afirmou a fonte.
O indicador Cepea/Esalq/BM&F fechou a quarta-feira a R$ 31,26/saca, em queda de 0,19%. Em dólar, o índice ficou em US$ 13,76/saca (-0,43%). O dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,2720 (+0,26%).
Fonte: H.Commcor - cerais@commcor.com.br