A previsão de que a produção na segunda safra de milho será muito semelhante à do ano passado tem potencial para derrubar o preço do cereal no mercado doméstico. Após nova etapa do Rally da Safra, a Agroconsult elevou para 46,6 milhões de toneladas sua estimativa de colheita, ante 42,1 milhões de toneladas esperadas anteriormente. Se confirmado o volume, será apenas 1% menor do que as 46,9 milhões de toneladas colhidas na safrinha de 2013 e ficará bem acima das 43,75 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se mesmo considerando estimativas mais moderadas de produção os preços domésticos do cereal já estavam pressionados, agora a tendência é de que compradores tentem levar as cotações a patamares muito próximos aos registrados durante a colheita no ano passado. Vale lembrar que exportadores chegavam a sinalizar R$ 9/saca no Médio-Norte de Mato Grosso, uma das maiores regiões produtoras do cereal no País, forçando a intervenção do governo no mercado para garantir remuneração mínima ao produtor.
Enquanto a indefinição persiste e a colheita é tímida, a comercialização se arrasta. Em Lucas do Rio Verde (MT), vendedores ofertavam milho a R$ 13/saca na semana passada, abaixo do preço mínimo de garantia do Estado, de R$ 13,56/saca, mas não encontravam interessados. "Comprador sumiu do mercado", disse uma fonte do mercado. Para ele, a tendência de preço baixo e o feriado de Corpus Christi nesta semana tende a esvaziar ainda mais o mercado.
No oeste do Paraná, comprador oferece entre R$ 23/saca e R$ 23,50/saca, sem muito apetite. Vendedores, de outro lado, pedem pelo menos R$ 24/saca para negociar. A safrinha tinha indicação nominal a R$ 21,50/saca.
Em Mato Grosso do Sul, compradores mostravam entre R$ 18/saca e R$ 18,50/saca para safrinha com embarque em julho, mas corretor não soube informar volume negociado nos últimos dias. "Produtor vende porque precisa escoar a produção. Ele não vai estocar a safra toda", complementou.