A criação de uma tabela mínima para o transporte de carga por caminhões em todo o País, que foi uma das medidas do governo federal para atender ao pleito dos caminhoneiros, tem gerado discussões e insatisfação por parte do setor produtivo brasileiro. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) encaminhou ofício ao presidente Michel Temer para pedir a suspensão da aplicação da tabela de preços mínimos de fretes rodoviários da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), publicada por meio de Medida Provisória recentemente. Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que também condenou a iniciativa, aponta que somente o transporte para aves e suínos ficará 63% mais caro.
A CNI considera que o estabelecimento de uma tabela com preços mínimos para o transporte de cargas provoca prejuízos extremamente danosos para uma economia já fragilizada e para a população brasileira.
Para se ter uma ideia, o transporte de arroz pelas rodovias do país terá aumento de 35% a 50% no mercado interno e de 100% para exportações. Na indústria de aves e suínos, o impacto do tabelamento sobre o custo do transporte foi calculado em 63%, aponta a CNI. O frete de rações para alimentar os animais tende a aumentar 83%. No setor de papel e celulose, a alta do preço para transportar os produtos será de 30%. “O aumento do frete nestes e nos demais setores, certamente, deixará as mercadorias mais caras, penalizando ainda mais a população”, afirma a entidade.
A CNA também calculou o aumento do valor para a agropecuária. A avaliação da entidade é de que o custo do frete de produtos agropecuários, com os valores em vigor, subiria de 51% a 152% no caso transporte de grãos, implicando acréscimos de até R$ 13 mil no preço do transporte, no caso, por exemplo, do escoamento de soja do município de Sorriso, em Mato Grosso, até o Porto de Santos.
Fonte; Avicultura Industrial