Para presidente da ABPA, setor vive “cultura exportadora” e registra, neste ano, alta superior a 150% nas vendas externas em relação a 2024.
O setor de ovos deve atingir, pela primeira vez, a marca de mais de 1% da produção nacional destinada ao mercado externo, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O setor fechará 2025 com 62,25 bilhões de ovos produzidos e 40 mil toneladas exportadas — crescimento de 116,6% em relação a 2024, de acordo com dados apresentados nesta quarta-feira, 3.
Para o próximo ano, a expectativa de produção é de 66,5 bilhões de unidades, o que representaria alta de 6,8% em relação a este ano.
As vendas externas acumulam alta superior a 150% entre janeiro e outubro deste ano com avanço de 180% na receita, em relação ao mesmo período do ano passado.
Durante coletiva de imprensa, o presidente da entidade, Ricardo Santin, afirmou que o avanço consolida um novo momento da avicultura de postura. “Nós vamos, esse ano, exportar mais de 1% da produção nacional de ovos”, disse. Em 2024, as exportações brasileiras de ovos representaram aproximadamente 0,5% da produção nacional.
2024 2025 2026 (projeção) var. 25/24 var. 26/25
PRODUÇÃO (bilhões de unidades) 57,683 até 62,250 66,500 até +7,9% até +6,8%
EXPORTAÇÃO (ton) 18.469 até 40.000 até 45.000 até +116,9% até +12,5%
PER CAPITA (unid/hab) 269 287 307 até +6,7% até +7,0%
Fonte:ABPA
Santin disse que o marco histórico coroou uma meta perseguida há quase duas décadas pela associação. “Eu sempre brinquei: ‘não sei quando esse dia vai chegar’, mas chegou”, afirmou.
Para 2026, a previsão é 45 mil toneladas exportadas, com produção estimada em 66,5 bilhões de ovos, algo em torno de 1,3% a 1,5% do total produzido.
Santin avalia que o desempenho poderá ser ainda melhor, a depender do mercado norte-americano. “Se os Estados Unidos voltarem a importar ovos no ano que vem, a gente pode exportar muito mais do que estamos prevendo”, afirmou.
Principais destinos
O mercado norte-americano foi o principal destino em 2025 e impulsionou o salto exportador. “O maior importador do Brasil, e vai continuar a ser esse ano, foram os Estados Unidos. Digo foi porque agora não está mais comprando por conta do tarifaço”, justificou Santin.
Para o presidente, 2025 marca uma mudança estrutural no perfil da cadeia. “A agricultura de postura começa a construir o que se chama de cultura exportadora”, disse. A busca por novos compradores garantiu crescimentos expressivos:
Japão: +231%;
México: +2.983%;
Serra Leoa: +359%;
Angola e Equador com entradas relevantes.
Produção recorde e consumo crescente no País
O consumo per capita deve chegar a 287 ovos por habitante até o fim do ano, atingindo 307 unidades em 2026, segundo a apresentação. “São mais de 1.800 ovos por segundo”, afirmou o executivo ao comentar o ritmo atual de produção. Santin lembrou que há 15 anos o consumo brasileiro era de apenas 120 ovos por habitante/ano.
Mesmo com o avanço das exportações, 98,5% a 98,7% dos ovos produzidos permanecem no mercado interno. A disponibilidade nacional deve seguir entre 305 e 307 unidades per capita em 2026.
Fonte: https://agro.estadao.com.br