O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos está analisando as vacinas como uma opção para proteger as aves contra a gripe aviária de alta patogenicidade, informou o chefe veterinário da agência, enquanto o país enfrenta seu pior surto desde 2015.
Os defensores dizem que as vacinas podem ajudar a manter as aves vivas, evitar perdas financeiras e controlar os custos dos alimentos, embora seja tarde demais para interromper o atual surto que, desde fevereiro, dizimou 22 milhões de galinhas e perus em rebanhos comerciais.
Normalmente, os Estados Unidos evitam vacinas, preocupados que os importadores proíbam os embarques de aves dos EUA porque é impossível distinguir as aves infectadas das vacinadas. Os Estados Unidos são o segundo maior exportador de carne de aves do mundo e um grande produtor de ovos, com embarques chegando a US$ 4,2 bilhões em 2020.
No entanto, o Serviço de Pesquisa Agrícola do USDA está investigando o potencial de uma vacina que permita identificar o tipo de vírus (selvagem) transmitido às aves, esclareceu a diretora veterinária Rosemary Sifford em entrevista.
“Temos convicção de que, se pudermos desenvolver uma vacina como essa, o impacto comercial será menor”, disse Sifford. Os pesquisadores estimam que levaria pelo menos nove meses para desenvolver a nova vacina, pontuou.
A gripe aviária atingiu aves na Europa e na Ásia, além da América do Norte, e Sifford disse que o USDA está trabalhando com outros países em opções de vacinas. O comércio externo vem sendo afetado, pois importadores como a China bloquearam as importações de mais de uma dúzia de estados dos EUA com surtos.
Embora as vacinas possam proteger as aves, alguns produtores temem que o custo seja proibitivo na avicultura de corte, já que os frangos vivem apenas cerca de cinco a sete semanas.
Ainda assim, o Conselho Internacional de Aves, um grupo da indústria que representa produtores em todo o mundo, está analisando as possibilidades, disse Jim Sumner, membro do conselho e presidente do Conselho de Exportação de Aves e Ovos dos EUA.
“Reconhecemos que em alguns casos extremos de surtos graves, talvez a vacinação deva ser considerada como uma opção”, disse Sumner.
Fonte: Avisite