Analista da Agrivest explica que quem for importar milho neste momento precisa fazer as contas e calcular os gastos com impostos e fretes para saber se o negócio vale a pena ou não. Milho argentino pode ser vantajoso no Sul do Brasil e milho norte-americano pode ter espaço no Nordeste.
Na última sexta-feira (09/04/21) houve a confirmação da compra de 2 navios com milho da Argentina para abastecer produtores de proteína animal no Brasil. Mas será que este tipo de negociação, buscando o grão fora do país vale a pena neste momento?
Segundo o analista da Agrinvest, Marcos Araújo, a resposta vai depender de onde será a entrega e de qual será a origem do cereal. A busca de milho na Argentina para o oeste de Santa Catarina, por exemplo, chegaria à região ao redor de R$ 98,00 (já com frete) e seria uma movimentação vantajosa. Já esse mesmo milho argentino não seria viável para entregas em Minas Gerais ou Goiás, por exemplo.
Outra destinação possível seriam os Estados Unidos, mas o milho norte-americano chegaria ao oeste catarinense acima dos R$ 110,00 a saca, por tanto mais caro do que os preços internos no Brasil. Por outro lado, para consumidores localizados no Nordeste pode ser vantajosa essa compra.
O analista aponta que essa escassez de milho vai seguir no Brasil durante o restante deste primeiro semestre, quando o país precisará de, aproximadamente, 1 milhão de toneladas para cobrir a demanda. No segundo semestre os volumes da safrinha vão entrar no mercado e amenizar essa situação.
Araujo destaca ainda que, mesmo havendo quebra de produção na segunda safra, o Brasil terá volume suficiente para abastecer o mercado interno uma vez que as exportações devem perder força devido ao alto custo do milho brasileiro, hoje um dos mais caros do mundo.
Fonte: Notícias Agrícolas