Quem leu matéria ontem (23) reproduzida pelo AviSite acerca da queda de participação do Brasil no mercado internacional do milho, deve ter estranhado a afirmação de um dos analistas ouvidos pelo Globo Rural para quem (devido à queda nas exportações do grão) “o estoque final de milho no Brasil poderá chegar a 10 milhões de toneladas”.
Não é o que apontam os dados da CONAB. Que, por sinal, agora prevê exportações ainda menores que as indicadas por alguns analistas. E, mesmo assim, o estoque de passagem (em 31 de janeiro de 2025) cairá ao menor nível das seis últimas safras: pouco mais de 4,4 milhões de toneladas, quase três quartos a menos que o estoque final da safra de 2020 (15,3 milhões de toneladas).
Do ponto de vista do produtor, a possibilidade de estoques finais maiores que os ora previstos não é boa notícia. Sobretudo porque já se nota certo desinteresse no plantio do grão. Em sua primeira previsão para 2025, a CONAB previu aumento de produção de 3,5% em relação a 2024. Mas o volume apontado (perto de 120 milhões de toneladas), ainda dependente das condições climáticas e, sobretudo, das intenções dos produtores, permanece aquém do registrado em 2023, quando foram produzidas perto de 132 milhões de toneladas do grão.
Principais consumidoras do milho, avicultura e suinocultura são os segmentos que mais sofrem com as reduções ou quebras de produção. E reconhecem que o plantio precisa ser estimulado.