Na avaliação da T&F Consultoria Agroeconômica, os preços do milho no mercado brasileiro podem até parar de cair, mas tem poucas chances de voltar ao alto patamar anterior. De acordo com o analista Luiz Fernando Pacheco, a retração dos vendedores poderá estancar a queda livre nas cotações.
“Dizemos ‘poderá’, porque a intenção deles realmente é esta, de criar escassez no mercado para ver se o preço volta a subir. Mas, há algo que eles não podem esconder, que são os estoques. Como vimos dizendo há bastante tempo, quanto menos eles venderem, mais aumentam os estoques”, explica o especialista.
Isso porque, justifica ele, toda a safrinha já foi colhida e a quantidade do milho é conhecida: “Ela já era alta, mas foi aumentado consideravelmente pela queda do volume das exportações, projetadas inicialmente para 30 MT e agora aceitas como 20MT.
“A menos que segurem os estoques de uma safra para outra (e, com isto, só aumentarão ainda mais estes estoques, porque a safra de verão está chegando daqui há dois meses) ou que ocorra uma catástrofe climática com a safra de verão (que não é impossível, dados os prognósticos de falta de chuva no período de outubro a dezembro, como mostramos abaixo) os preços têm pouca chance de subir novamente”, assinala.
“Mas, mesmo que haja quebra da safra de verão, os estoques acumulados (37% a mais do que o previsto inicialmente) poderão compensar um pouco a falta. Além disto, a demanda diminuiu, tanto a do mercado interno (devido à queda nas exportações de carnes), quanto a do mercado externo (devido ao tabelamento dos fretes e à falta de competitividade do milho brasileiro versus o americano e o argentino). Então, estes dois fatores estão jogando contra possíveis altas a médio e longo prazo”, conclui.
Fonte: agrolink.com.br