Fatores do mercado internacional tem potencial para sustentar as cotações brasileiras em alta, mesmo com produção recorde nesta segunda safra. Exportações nacionais também podem se beneficiar em 2022.
A produção total desta segunda safra de milho deve ser de 91,9 milhões de toneladas, de acordo com a última projeção divulgada pela StoneX no início deste mês. Porém, a consultoria não descarta reduzir este patamar em função dos acontecimentos ao longo de abril.
Segundo o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes, a safrinha muito boa com o plantio praticamente todo dentro da janela ideal, otimismo e aumento de área cultivada. Já em abril, faltou chuva em partes do Mato Grosso e Goiás, o que pode trazer alguma perda de produção.
“Por enquanto é difícil falar de quanto pode ser essa redução, mas não deve ser uma quebra de safra igual a que observamos no ano passado que foi uma produção bem abaixo do potencial. Ainda assim, a StoneX espera uma produção recorde para a safrinha”, aponta.
O analista destaca ainda que, mesmo diante deste cenário de oferta abundante, os preços no Brasil devem permanecer altos e sustentados devido à todas as incertezas e volatilidades do mercado internacional, como a Ucrânia diminuindo sua plantação e exportação, o atraso na semeadura dos Estados Unidos e a recuperação do dólar ante ao real nos últimos dias.
“Por mais que a produção tenda a ser volumosa, diversos fatores internacionais tendem a manter esses preços suportados em patamares elevados”, diz Lopes.
Outro reflexo dessa união entre grande produção no Brasil e retirada da Ucrânia do cenário internacional tende a ser o aumento das exportações brasileiras em 2022. “A Ucrânia tem uma participação bem relevante no cenário internacional, normalmente correspondendo com 13% do total das exportações. Com esse conflito os portos estão paralisados e muitos dos países consumidores têm redirecionados para Estados Unidos, Argentina e Brasil também sendo beneficiado”.
Fonte: Notícias Agrícolas