A Colômbia acaba de relatar um surto de IAAP em aves de quintal, o que ameaça a produção comercial.
No ano passado, o mundo avícola explodiu em chamas quando primeiro a Argentina e depois o todo-poderoso Brasil declararam oficialmente a presença do vírus altamente patogênico da gripe aviária em aves selvagens, depois em rebanhos de quintal e, finalmente, como no caso da Argentina, em aves comerciais.
O Brasil passou sem que a produção comercial de aves fosse impactada, mas a maioria dos países restantes na América Latina não. O Brasil recuperou o comércio algum tempo depois. Chame isso de biossegurança rigorosa, conformidade com regulamentações ou simplesmente boa sorte, o fato é que o comércio mundial de aves estava à beira de uma situação problemática.
Dentro deste contexto, há algo que está entre a cadeia avícola – produção de quintal – que pode ser mais desafiador do que qualquer outro aspecto. Controlar a vida selvagem não é uma opção, mas aves criadas fora da produção comercial podem ser.
Todos nós sabemos que a produção de quintal desempenha um papel importante em sociedades empobrecidas, como na América Latina, pois fornece alimentos que de outra forma não seriam acessíveis. Mas todos nós sabemos que não é eficiente, não é sustentável e carece de biossegurança. No final, provavelmente será mais caro.
Estou pensando no primeiro caso de gripe aviária relatado pela Colômbia há alguns dias em um rebanho de quintal. É o primeiro deste ano e o segundo desde outubro de 2022, mas ameaça a produção comercial e ameaça os planos de exportação.
O Instituto Colombiano de Agricultura ( Instituto Colombiano Agropecuario, ICA ) em conjunto com a Federação Nacional de Produtores Avícolas ( Federación Nacional de Avicultores, Fenavi ) tem um acompanhamento muito bom do caso e divulgou todos os procedimentos pertinentes à mídia e ao público. Um total de 1.290 notificações foram recebidas entre 2022 e 2023, resultando em 66 surtos. Em 2024, até o último domingo, 1º de dezembro, houve 283 notificações e zero surtos.
Este último surto foi detectado no município noroeste de Acandí, que faz fronteira com o vizinho Panamá. A área é muito isolada, e as comunicações com o resto do país são limitadas, o que pode ser útil para controlar o surto e evitar a disseminação para o resto da indústria avícola.
Mas a questão permanece: como podemos controlar toda a produção de quintal? Medidas rigorosas como proibir a produção de aves de quintal seriam viáveis e eficazes?
Fonte: www.wattagnet.com