A comercialização do milho dá sinais de que pode ganhar ritmo nos próximos dias, com maior oferta de produtores no mercado doméstico. Na região sul do País, vendedores estão mais ativos, antecipando uma possível desvalorização do cereal com a chegada da safrinha, que começa a ser colhida em junho. Observando o movimento, compradores sinalizam preços mais baixos para o cereal, e a tendência é de queda nas cotações. No Centro-Oeste, no entanto, o mercado segue esvaziado com pouco milho disponível e preços considerados pouco remuneradores para a negociação antecipada da segunda safra.
No oeste do Paraná foram negociadas ontem 2 mil toneladas do cereal a R$ 24,50/saca para Cascavel. Segundo corretor da região, vendedores se mostram mais dispostos a ofertar milho no mercado à medida em que a produtividade das lavouras de segunda safra se confirma. "Não há previsão de geada, então a safrinha deve ser cheia. Quem tem milho guardado tenta vender antes que a colheita nova chegue ao mercado", disse a fonte. A safrinha tinha comprador a R$ 23/saca para entrega entre junho e julho.
Mesmo no Rio Grande do Sul, que não colhe segunda safra de milho, produtores tentam se antecipar a uma retração mais significativa das cotações e elevam o volume ofertado no mercado. "Mas consumidor espera baixar ainda mais e está comprando pouco", afirmou Reny Kloeckner, da CeAgro. Lotes eram ofertados a R$ 28,50/saca na região de Passo Fundo, mas comprador mostrava interesse em pagar R$ 27,50/saca, destacou. Não foram registrados negócios ontem, mas na terça-feira 4 mil toneladas foram acordadas.
Em Nova Mutum (MT), não havia sequer referência de compra nesta quarta-feira, de acordo com Ramicés Luchesi, corretor da MT Grãos. Ele contou que o último negócio com milho safrinha foi fechado mais de três semanas atrás a R$ 16,20/saca para disponibilidade em julho e pagamento em agosto. No spot, lotes pequenos saíram em torno de R$ 19,50/saca há duas semanas, acrescentou. Luchesi observou que as lavouras do cereal estão se desenvolvendo bem e a produtividade deve ficar dentro do esperado, mas abaixo do nível do ano passado.
Em Mato Grosso do Sul, milho disponível tinha comprador a R$ 22,50/saca em Dourados, a R$ 22/saca em Maracaju, R$ 21/saca em Sidrolândia, R$ 22/saca em Campo Grande e R$ 20/saca em São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul (todos preços brutos). Não rodaram negócios nesta quarta-feira. Na semana passada, acordos foram registrados a R$ 23/saca em Dourados e a R$ 22,50/saca em Maracaju. Para safrinha, ele citou como referência de compra R$ 19,50/saca (bruto) para julho/agosto, sem interesse de venda neste nível, disse Leon Davalo, da Granos.
O indicador Cepea/Esalq/BM&FBovespa fechou a quarta-feira a R$ 28,96/saca (+0,38%). Em dólar, o preço ficou em US$ 13,12/saca (+0,77%).
Fonte: H.Commcor